30 de abril de 2008

enfrenta marfins e ébanos. Pelo cheiro a que dão música.

29 de abril de 2008

desliza por canais assinalados. Há um mar de signos e de flores entre eles.

28 de abril de 2008

se encontra mal deitado.

27 de abril de 2008

tropeça em úberes de sementeira.

26 de abril de 2008

considera haver um luxo nas acácias.

25 de abril de 2008

se embrenha em canaviais de dor. Línguas de beira d'estrada que sejam!

24 de abril de 2008

perfilha técnicas de titulação. Haja solução!

23 de abril de 2008

demonstra evolar-se no éter e afundar-se na terra. Por artes malas.

22 de abril de 2008

sabe - afirmou-o mesmo - que é, a um tempo, leve e pesado. Das demonstrações de tal e tal se saberá a curtíssimo prazo.

21 de abril de 2008

enfrentas pesadelos de betão. Mesmo que alguns os designem de betonilha.

20 de abril de 2008

fechou portas de um sonho e de uma realidade. Distingui-los não sabe.

19 de abril de 2008

endossa milímetros. De chuva ou de paixões.

18 de abril de 2008

envelhece em cascas de sobreira. Por calmas e barbeiros, água macia e busaranha.

17 de abril de 2008

sabe das correntes. Férreas, marinhas.

16 de abril de 2008

por vezes estaca. A meio de um alcantilado.

15 de abril de 2008

se curva sem se dobrar. Deixando rasto.

14 de abril de 2008

se regista em guichets desertos. Sem registador sequer.

13 de abril de 2008

adivinha traves repletas de morcegos. Em pleno dia. Nos restos e nos rastos das memórias.

12 de abril de 2008

joga com as pretas. A última negra.

11 de abril de 2008

se veste de naipes. Outra vez descendo a ladeira.

10 de abril de 2008

quando encontra a própria sombra, calcula declinações e rumos.

9 de abril de 2008

suspende pausas.

7 de abril de 2008

estendeu tapetes verdes aos encantos. Voadores. E viu em qualquer lado algo poético.

6 de abril de 2008

sofre desvalorizações sempre que se pavoneia no deserto de ideias. Ainda não percebeu se isto é natural ou contra-natura. Ainda não percebeu, bem vistas as coisas, o que é ser natural.

5 de abril de 2008

examina cuidadosamente um tédio.

4 de abril de 2008

encontra pingos que são bolhas de ideias. Pingos que pairam e não se derramam. Uma névoa feliz.

3 de abril de 2008

caminha ao som de marchas populares.

2 de abril de 2008

gosta de estradas marcadas a pedra.

1 de abril de 2008

deseja por vezes agarrar-se às esquinas dos dias.