31 de março de 2011

talvez se sente, com o casaco quase verde, ao pé da sorte.

30 de março de 2011

decide vírgulas nos arruamentos de terras nunca percorridas. A pé coxinho.

29 de março de 2011

trabalha ortogonalmente enquadrado por réguas com escalas diferentes.

28 de março de 2011

entrevê uma espiral d'água ascendente e descendente.

27 de março de 2011

visita flores na estufa. Lá há uma parede que ressuma água na memória.

26 de março de 2011

reduz à duodécima casa. Sem labirintos que o atrapalhem.

25 de março de 2011

aduba o dia seguinte. Sem medo da madrugada.

24 de março de 2011

tem saudades de ver os suequeiros no comboio.

23 de março de 2011

vê, lá de cima, um cisco na paisagem.

22 de março de 2011

não fará trocadilhos com trouxas d'ovos.

21 de março de 2011

aluga serões na primavera de uma encosta. Que sejam sentados em grades de cerveja.

20 de março de 2011

dá alvitres nos poiais da noite.

19 de março de 2011

desenvelhece espelhos com o olhar da memória.

18 de março de 2011

vê subir a população da sua vila murada.

17 de março de 2011

atafulha discos em sóis de primeira grandeza.

16 de março de 2011

viu tombar um mundo ali ao lado. Sobre os alicerces de certa memória.

15 de março de 2011

toma a virtude por um caminho debruado a poejos.

14 de março de 2011

entorpece, no recanto da muralha pessoal. Transmitida e intransmissível.

13 de março de 2011

acende destinos num coto de vela.

12 de março de 2011

dá por si a dizer abracadabra. Sem que queira entrar. Iniciar-se.

11 de março de 2011

acorda, taciturno, com a cautela de uma opinião penhorada na mão.

10 de março de 2011

trama minúcias em ácido alvéolo.

9 de março de 2011

julga dever haver um poço da morte e sua moto centrífuga em cada alma.

8 de março de 2011

conheceu um especialista em infelizações.

7 de março de 2011

espera a reverberação, dentro do toucinho das ideias.

6 de março de 2011

se mantém na estrada, léguas à frente de si próprio, guiando de memória.

5 de março de 2011

assegura marés concertadas com o abismo da alma.

4 de março de 2011

compõe bandeirolas de bingo em linhas estreitas. Musicais.

3 de março de 2011

visita biscoitos em terrinas de milagre.

2 de março de 2011

mostra a viuvez das pedras. Adormecidas pela brisa que seda.

1 de março de 2011

se vê a titubear, pensando-se funâmbulo. O que descamba num inevitável desastre.