31 de dezembro de 2010

avança em linha com a aguardente velha.

30 de dezembro de 2010

arruma hipotéticas vitórias como taças em vitrina.

29 de dezembro de 2010

aparece.

28 de dezembro de 2010

compete com os mosquitos no cordame.

27 de dezembro de 2010

notifica ares revoltos. Ainda que lhes chame aires.

26 de dezembro de 2010

remete para a azia dos medos. Dos medos costeiros. Feitos de areia.

25 de dezembro de 2010

conheceu a mulher que comprava telhados em saldo, para sob eles abrigar ilusões. De valor incalculável.

24 de dezembro de 2010

renova mitos. Nas casas brancas do xadrez.

23 de dezembro de 2010

vai pelo condimentado adubo.

22 de dezembro de 2010

se veste de vielas. Perfumadas. Talvez a manjerico, talvez apenas a chuva.

21 de dezembro de 2010

duvida de invernos metálicos. Em dia disso.

20 de dezembro de 2010

julga haver um cais de algarismos onde a razão atraca. Preguiçosamente.

19 de dezembro de 2010

quebra selos em altares. No silêncio de brumas mortas.

18 de dezembro de 2010

acorda nas cobertas de um navio perdido. No tempo, no espaço e nos sentidos.

17 de dezembro de 2010

carrila descobertas pelo esquecimento. Ali ao lado.

16 de dezembro de 2010

coloriu nuvens da cor do tédio. E, com linhas, delas fez papagaios.

15 de dezembro de 2010

aldraba lábios. No verso e no anverso.

14 de dezembro de 2010

coloca cantos de pássaro em garrafas de náufrago.

13 de dezembro de 2010

esconde vícios sob pedras angulares. E virtudes sob seixos de beira de caminho.

12 de dezembro de 2010

regula armazéns de oceanos. Com tormentas inacabadas.

11 de dezembro de 2010

assoma de alturas insondáveis. Por ele próprio.

10 de dezembro de 2010

atrasadamente, endurece vistas.

9 de dezembro de 2010

encanta lobos na maresia das noites vãs. No cabelo dela.

8 de dezembro de 2010

vence miragens. Albardado.

7 de dezembro de 2010

se demora nos assentos gráficos.

6 de dezembro de 2010

endireita ventos. Em cima de um telhado.

5 de dezembro de 2010

leva lendas embrulhadas num jornal.

4 de dezembro de 2010

revoga pirâmides. Em gelo fino.

3 de dezembro de 2010

abraça desconchavadas ilusões. No meio de um campo de milho.

2 de dezembro de 2010

sabe dos aríetes d'além. De portas assim abertas e pontes levadiças ensonadas.

1 de dezembro de 2010

ouve de uma árvore inabitada a seguinte sentença:
"Nem sempre pensa o que diz multiplicado por diz o que pensa dá um quadrilátero."