31 de outubro de 2010

embala sem laços. Ladeira acima.

30 de outubro de 2010

ilumina cursos. Sem cursores.

29 de outubro de 2010

se derrama por um barranco que corre para poente.

28 de outubro de 2010

parte, todos os não santos dias, da estação dos retábulos. E assim se move.

27 de outubro de 2010

mija num destroço de mina. Para a eternidade. Minada.

26 de outubro de 2010

marca uma saudade para um ano à escolha.

25 de outubro de 2010

coloca pássaros de lata a rodar sobre um sonho.

24 de outubro de 2010

evita enumerações alcalinas.

23 de outubro de 2010

conhece horizontes de lata, raspados da saudade.

22 de outubro de 2010

se cruzou com alguém que vendia orgasmos amortalhados, numa rua de perspectiva funda.

21 de outubro de 2010

avaria regras de pedra. Em dominós de café.

20 de outubro de 2010

miseramente, vê a sua sombra destoar e não destacar-se no abismo.

19 de outubro de 2010

se encosta à janela do desuso.

18 de outubro de 2010

encontra o sarro das ideias tombado sob um arco ogivado.

17 de outubro de 2010

troveja surdamente, de mãos postas.

16 de outubro de 2010

anula viandas em corações de pau.

15 de outubro de 2010

acusa apultanas. De paus.

14 de outubro de 2010

veste teoremas em dias de festa.

13 de outubro de 2010

alarga odres com formas de sapateiro.

12 de outubro de 2010

pensa no pilar. Ou será Pilar?

11 de outubro de 2010

rebenta cartuchos mal dormidos.

10 de outubro de 2010

vitoria abespinhadas contracções. Sem saber como nem por quê.

9 de outubro de 2010

trabalha mínimos. Filigrânicos.

8 de outubro de 2010

agasalha sons. De gado a recolher e de galos enganados.

7 de outubro de 2010

avisa números imaginários. Entusiasticamente.

6 de outubro de 2010

rotula meninices.

5 de outubro de 2010

dá voltas à rotunda. Aos tiros republicanos.

4 de outubro de 2010

se vê saloio e cidadão.

3 de outubro de 2010

saca letras de favor.

2 de outubro de 2010

a viu passar, ao volante, com cara de boneca morta.

1 de outubro de 2010

considera verbos.