31 de março de 2008

diz ser poço. Um poço dentro de uma cisterna. Algures no montado.

30 de março de 2008

se serve de vitórias alheias. Como toda a gente.

29 de março de 2008

se cruzou com o seu sonho. À vista de poucos.

28 de março de 2008

invade pórticos que semelham aves. Sem saber porque o faz.

27 de março de 2008

se mascara de roda. Como se a invenção fosse a matéria e vice-versa.

26 de março de 2008

se importa com as marés. Seja ou não tempo de equinócio.

25 de março de 2008

caminha por entre dissensões e aporta a zonas desmilitarizadas da mente.

24 de março de 2008

aplica esforços cortantes a vigas oníricas.

23 de março de 2008

necessita de doses terapêuticas de estupidez. Como necessita!

22 de março de 2008

soube, um dia, de miosótis com uma certa pronúncia.

21 de março de 2008

convive com aços toledanos ao cair da tarde. Quando se fere a ébria batalha.

20 de março de 2008

mergulha em infinitos entre dois espelhos.

19 de março de 2008

quando em fuga, prefere toalhas de linho. Dois pontos.

18 de março de 2008

de um parapeito de cordas vocais, aprecia uma donzela que encaderna livros escolares com papel às flores miudinhas.

17 de março de 2008

encontra a lucidez dos ângulos nus.

16 de março de 2008

de repente, sentiu cheiros de estâncias de madeira.

15 de março de 2008

descreve curvas, derrapando na escrita, empoleirado no lápis.

14 de março de 2008

teme a morte de uma dimensão. O congelamento dos eixos dos xx, dos yy e dos zz.

13 de março de 2008

aperta a mão a homens sem avesso.

12 de março de 2008

se embrulha e dorme em gráficos de lealdade.

11 de março de 2008

acha que um saco de memórias pesa mais em altitude do que ao nível do mar. Os graves invertem propriedades. A gravidade é um eterno mistério.

10 de março de 2008

encontra a nostalgia do quarto de cone.

9 de março de 2008

se abastece sob arcos de volta perfeita. No meridião.

8 de março de 2008

caminha sobre estacas em pântanos sem malária.

7 de março de 2008

se torna aríete. Talvez para sempre.

6 de março de 2008

talvez vista as armas sob as próprias árvores. Um alvor.

5 de março de 2008

se toma de tambores por uma colina.

4 de março de 2008

enfrenta um vento postiço.

3 de março de 2008

bebe línguas mortas e come arquitecturas modernas. De não-faladas e modernistas.

2 de março de 2008

se afigura inexistente. Cartesianamente inexistente.

1 de março de 2008

pelo espaço-tempo, se encaminharia para um solstício. De verão.